Perfil Afeganistão |
Os cristãos no Afeganistão que falam sobre sua fé
enfrentam violência e ameaças de morte. Mas apesar de todos os perigos, o
cristianismo continua a crescer
A Igreja e a Perseguição Religiosa
A Igreja
O Cristianismo chegou ao Afeganistão nos primeiros séculos da era
cristã. Por volta de 400 d.C., já havia um bispo instalado na cidade de
Herat. A partir do século XIV, através do conquistador Emir Timur,
deu-se inicio à erradicação do cristianismo. A Igreja afegã sofreria
também sob outros governos, como o soviético (que comandou o país de
1978 a 1992) e o Talibã (1996-2001). Após assumir o governo do país em
1996, o Talibã impôs duras restrições a outras religiões, proibindo
conversões, liberdade de culto e evangelismo. Outro grupo que sofreu sob
o governo teocrático do Talibã foi o das mulheres, que foram impedidas
de frequentar as mesquitas e de ir à escola, acentuando ainda mais o
alto nível de analfabetismo no país.
A perseguição
A Constituição afirma que o Islamismo é a religião oficial do país e
que os seguidores de outras religiões têm o direito de professar sua fé e
praticar seus ritos e cultos abertamente, desde que dentro dos limites
impostos pela lei islâmica (Sharia). Como na maior parte dos países
islâmicos, os sunitas são maioria também no Afeganistão, onde os xiitas
compõem a segunda maior seita islâmica e o restante da população é
dividido entre cristãos, hindus, Bahá’ís e outras seitas oriundas do
islamismo.
A conversão de um muçulmano a outra religião é considerada apostasia,
sendo punível com a morte em algumas interpretações da lei islâmica no
país. O código penal não define apostasia como crime e a Constituição
proíbe a punição por crime não definido no código penal, que, no
entanto, afirma que os crimes graves, incluindo a apostasia, seriam
punidos de acordo com a Hanafi, jurisprudência religiosa, e manipulados
por um procurador-geral do escritório. Cidadãos do sexo masculino com
idade acima de 18 e do sexo feminino acima de 16 anos, de mente sã, que
se converteram a outra religião que não o islã, têm até três dias para
se retratar de sua conversão, ou serão sujeitos a morte por
apedrejamento, à privação de todos os bens e posses e à anulação de seu
casamento. O mesmo acontece quando o individuo é acusado do crime de
blasfêmia.
História e Política -Talibã
Localizado no sul da Ásia, entre a Ásia Central e o Oriente Médio, o
Afeganistão foi ao longo de sua história uma rota percorrida por muitos
conquistadores, como Alexandre, o Grande, e Gengis Khan, devido à sua
posição estratégica na região. Seu conjunto cultural e linguístico é
formado pela língua, cultura e religião de povos vizinhos (Paquistão,
Índia, Irã, China, Uzbequistão, Turcomenistão, Tadjiquistão), sendo,
dessa forma, influenciado pelas culturas grega, persa e hindu. Após sua
independência da Grã-Bretanha, em 1919, o Afeganistão passou por pelo
menos três tipos de governo: autocracia monárquica (1929-1973), regime
comunista (1978-1992) e estado teocrático (1996-2001).
Quando chegou ao poder, em 1996, o Talibã estabeleceu o Emirado
Islâmico do Afeganistão, que tinha como principal objetivo
político-religioso a implementação da lei islâmica, Sharia. Dessa forma
acreditavam conseguir uma unidade nacional e um estado de paz
permanente, após anos de guerra civil. Atualmente o sistema de governo
adotado pelo Afeganistão é o de República Presidencialista.
População
A população do Afeganistão é de aproximadamente 30 milhões de
habitantes. O país é composto por alguns grupos étnicos (turcomanos,
uzbeques, tadjiques e hazaras) com práticas linguísticas e culturais
diferentes, sendo o principal deles o pashtun, um grupo sunita que
representa hoje 42% da população e se localiza ao sul e leste do país. O
grupo radical nacionalista islâmico Talibã se origina dessa etnia. A
maioria dos xiitas são membros do grupo étnico hazaras, que compõem 1/5
da população do país, tradicionalmente segregada do resto da sociedade
por uma combinação de fatores políticos, étnicos e religiosos, alguns
dos quais resultaram em conflitos.
Os hazaras acusaram o governo de dar tratamento preferencial aos
pashtuns e a outras minorias, ignorando, sobretudo a etnia hazara. O
governo fez esforços significativos para enfrentar tensões históricas
que afetam a comunidade hazara. Xiitas geralmente são livres para
participar plenamente da vida pública. Com as reformas do governo, os
hazaras ganharam acesso às universidades, aos empregos públicos e a
outras atividades e direitos, sendo que, antes, lhes era negado até o
direito de ser alfabetizados.
Economia
A economia do país é baseada na agricultura. O governo afegão tem
tentado mudar a cultura de plantio e comércio da papoula (entorpecente
que tem tornado milhares de cidadãos dependentes químicos e, ao longo
dos anos, financiado as ações do Talibã) para o de outras culturas, como
feijão e milho, além de receber doações em grãos e dinheiro de outros
países e de ter como principais parceiros comerciais os países vizinhos.
Devido à destruição gerada pelas seguidas guerras civis, o país é um
dos mais pobres do mundo, com um alto nível de analfabetismo, sendo
extremamente dependente de doações externas.
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Fonte: Portas Abertas
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Acompanhe conosco o perfil dos países que mais perseguem cristãos:
1. Coreia do Norte
2. Afeganistão
3. Arábia Saudita
4. Somália
5. Irã
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1. Coreia do Norte
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